terça-feira, 15 de setembro de 2009

Bin Laden provoca EUA e Israel em mensagem virtual

Jornal do Brasil

DA REDAÇÃO - Em nova mensagem de áudio atribuída ao chefe da rede terrorista Al Qaeda, Osama Bin Laden, e divulgada segunda-feira no site extremista As-Sahab, o líder do grupo adverte o “povo americano” que os ataques contra os EUA não vão parar a menos que o país termine as guerras no Iraque e no Afeganistão e se distancie de Israel, arquiinimigo do grupo. A nova gravação surge apenas três dias depois do oitavo aniversário dos atentados do 11 de Setembro.

– Chegou a hora de vocês se libertarem do medo e do terrorismo ideológico dos neoconservadores e do lobby israelense – assinala a voz que se supõe seja a de Bin Laden. – A razão da nossa luta contra vocês está no apoio ao seu aliado Israel, que ocupa nossas terras na Palestina.

Intitulada “Uma declaração para o povo americano”, a mensagem de cerca de 11 minutos de duração foi transmitida em forma de vídeo, mas exibindo apenas de uma imagem estática de Bin Laden.

Na mensagem, o líder da Al Qaeda afirma ainda que não houve mudanças reais na política americana porque o presidente Barack Obama teria preservado em seu governo pessoas da administração do ex-presidente George Bush, como o secretário de Defesa, Robert Gates.

– Se vocês (norte-americanos) pararem para pensar sobre a sua situação, bem, vocês verão que a Casa Branca está ocupada por grupos que a pressionam – disse a voz. – Em vez de lutar para libertar o Iraque – como alegou Bush – ela (a Casa Branca) deveria se preocupar em libertar a si mesma.

Especialistas que estudam a Al Qaeda afirmam que a organização está sendo pressionada por seus seguidores a lançar um ataque contra Israel, após receber críticas de muitos analistas e autoridades árabes de que o grupo nunca conseguiu orquestrar um ataque direto ao Estado judeu.

As menções cada vez mais frequentes ao conflito israelo-palestino em declarações da Al Qaeda refletem a tentativa do grupo de amenizar essas críticas, sugerem os analistas.

– Ele diz uma mentira para se poupar, alegando que o grupo ainda está forte, apesar dos contratempos que tiveram – disse à agência Reuters um analista de segurança do Golfo. – Isso não é verdade.

O professor afegão Ali Jalali, especialista em assuntos da Ásia Central e Sul, da Universidade de Defesa Nacional, em Washington, sustenta que Bin Laden também buscava explorar a opinião pública oscilante na Europa e nos Estados Unidos em relação à guerra no Afeganistão.

– Ele pensa que o Ocidente está cansado da guerra e que, com um pouco mais de pressão e intimidação, os EUA acelerarão a retirada. Eles querem tirar proveito da situação – explicou Jalali, que foi ministro do Interior no Afeganistão de 2003 a 2005. – Eles também estão enviando uma mensagem às forças insurgentes no Afeganistão e Paquistão, de que não perderam o fôlego apesar do aumento no número de forças americanas na região.

Acredita-se que Bin Laden, acusado de orquestrar os atentados do 11 de Setembro, esteja escondido nas montanhas da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.

Fonte: Jornal online

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